22 de nov. de 2011

O Julgamento da Charanga

por Tião

Prezados,

Venho aqui contar uma experiência no mínimo inusitada: a primeira vez que um ritmista da S/A julgou um concurso de Charangas. Sim, Charangas!

Tudo começou com uma ligação de Brasília para que eu fosse jurado de uma competição de Baterias. Até aí, tudo corria bem: teria passagem, hospedagem, alimentação. Tudo bem, até eu pegar o regulamento dois dias antes da competição. O título era curioso: dizia algo sobre Charangas e eu, na minha total inocência, cheguei a acreditar que esse era o nome que o pessoal do Centro-Oeste dava pras Baterias Universitárias. Ledo engano, quando cheguei lá na competição (e não foi fácil, acreditem, o negócio exigia uma viagem de 2 horas de taxi de Goiânia pra Itumbiara em um carro dirigido por um louco sem visão nenhuma e em uma estrada sem qualquer sinalização) me deparei com uma formação esquisita, geralmente quadrada, com vários diâmetros de surdos, uma proporção caixa/tamborim completamente diferente da nossa e com muitas, mas muitas coreografias MESMO. Formações que lembravam verdadeiras Bandas Marciais Americanas. Uma apresentação com instrumentos característicos de samba, mas que nada tinha de Escola de Samba em sua essência.

Pensei: "E agora? Vou julgar o quê?" - Passada a primeira Charanga, comecei a me inteirar mais e a comparar uma com outra, até que fui percebendo os toques e os ritmos mais clássicos, as danças mais populares, e no final das contas espero ter feito um bom trabalho, no comparativo com os jurados eu fiquei na média, nem muito carrasco nem muito bonzinho.

Pra quem tem curiosidade, vou descrever brevemente uma Charanga: imagina uma Bateria formada por pelo menos uns 3 ou 4 tipos de surdos, com no máximo 5 caixas (que não são as tradicionais malacachetas, lembram mais as alfaias de maracatu), com uns 20-30 tamborins pra mais, que também possui instrumentos como trompete, sax, xilofone (apenas algumas) e que forma um quadrado com o mestre no meio? Nada convencional, certo? Pois é, a proposta é exatamente essa: ser diferente mesmo. É uma mistura de ritmos do interior do Brasil com o Samba tradicional no formato de uma Banda Marcial resultando em algo completamente inusitado, muito interpretativo e realmente muito bonito de se ver!

Pra quem interessar, segue o video da campeã do torneio que julguei, o INTERMED CO, a Bateria Embolia (Medicina UFGD)




A seguir, o vídeo da Bateria Carrasca (Medicina UNIRG), que fez uma apresentação toda temática. Muito boa!




Por último a Bateria Pintada (Medicina UFMS), que prezou pelo perfomático e pelo visual.




Abraços,
Tião