5 de mai. de 2012

Entrevista com Mestre Marcão (Salgueiro)

por Du Japonês,

o Blog Bateria S/A teve a oportunidade de fazer uma breve entrevista com Mestre Marcão do Acadêmicos do Salgueiro. Confira! Agradecimento ao nosso amigo Luciano Japa Oliveira que possibilitou esta conversa!




Início no samba
Comecei na bateria mirim do Salgueiro. Em 1984 entrei na bateria principal, tocando caixa, depois tarol, depois centrador e depois marcação. Em 1999 comecei como auxiliar do Mestre Louro e fiquei até 2003. Em 2005 fui convidado a assumir o posto de Mestre.

Evolução da Bateria
Esse time de diretores de agora são cabeças novas, uma qualidade nova no samba, uma qualidade avançada. Já na época do Louro, aprendi muito, a gente nunca pode perder a essência. A gente pega os ensinamentos antigos e adiciona com as idéias do pessoal novo. Em 2012 nós achamos a cadência, o andamento, a afinação. Mas o samba muda todo ano, e não vamos perder o foco. Eu abro espaço para os diretores e ritmistas trazerem as idéias, bossas, etc...   As idéias são sempre bem-vindas, a gente senta, conversa, vai lapidando. É importante que todos participem.

Legado
A disciplina é a coisa mais importante que eu trouxe. A bateria não sabia se arrumar na avenida. Hoje nós entramos alinhados. Outra coisa é a educação musical, saber tocar o instrumento, sem dar pancada. Além disso, o respeito, o “boa tarde”, o “o bom dia”. O respeito é essencial na bateria hoje em dia.

Jurados
Se a criatividade não for bossa, vai ser o que? É o ritmo? Não dá, os naipes são os mesmos. Não sei ao certo o que eles querem como criatividade. Eu sou contra a bateria ser julgada do jeito que ela é. O Osiris me tirou ponto de uma coisa que eu não apresentei a ele, o que eu apresentei ele não falou nada. Me tirou ponto ano passado, porque não ouviu cuíca, mas isso é culpa da acústica da Sapucaí. [veja aqui a opinião de um dos jurados, Sérgio Naidin, no post "Debate entre jurado do carnaval e diretor da Portela sobre a criatividade nas baterias"].

Dicas pra quem quer ser mestre
Se dedicar muito, não é brincadeira, envolve muito dinheiro, muita coisa. Ter postura, respeitar pra ser respeitado. E trabalhar da forma adequada, pé no chão sempre. Importante também aprender notação musical, para registrar o trabalho, as bossas e o ritmo.




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