3 de mai. de 2012

Debate entre jurado do carnaval e diretor da Portela sobre a criatividade nas baterias

No início do mês o Jaguá, da Blog Bateria S/A, escreveu uma resenha com sua opinião a respeito da questão da criatividade nas baterias do carnaval.  Tivemos o privilégio de receber comentários do Maestro Sérgio Naidin, jurado do carnaval do Rio de Janeiro, e do Vinícius "Vini" Ximenes, diretor de tamborim da Bateria da Portela - Tabajara do Samba.  Sem dúvida, a ótima qualidade desta discussão interessa à toda comunidade de ritmistas, e portanto consolidamos o contéudo neste post.





Link para o post original do Jaguá 
Link para a resposta do Maestro Sérgio Naidin

Maestro Sérgio Naidin:
Me permito uma auto correção: a criatividade nao siginifica bossa, embora esta ja esteja institucionalizada. Pode ser atraves da combinaçoes de timbres, instrumentaçao nova ou mesmo em forma de resgate de identidade (um modo de tocar ou reediçao de samba enredo antigo tocado de forma lenta por exemplo). Espero que a emenda nao seja pior do que o soneto.


Vinicius Ximenes:
O que dizer do resgate das tradições da Tabajara do Samba, senhor Sérgio Naidin?

O que há de errado? Tantas baterias fugindo de seus fundamentos, de vossas respectivas histórias. Onde está a falta de criatividade desta bateria citada dentro do contexto idealizado em sua colocação? Ao que me parece, nem todos os julgadores entendem da mesma forma.

Um abraço!

Maestro Sérgio Naidin:
Caro Vinicius,

pelo que vi a Portela ta fazendo uma batida uniformizada de caixa mas nao sei se sempre foi assim, com um rulo apos o 4o tempo. Fazem tambem sempre muitas combinaçoes com agogos e surdos. Esse ano como o samba tinha as sincopes caracteristicas eles deitaram e rolaram com os ataques da bateria com o canto. Eles tambem vao aumentando a tensao ritmica à medida que vao retirando as marcaçoes.

Acho que é bom ter varios julgadores para ter varias opinioes.
abraço


Vinicius Ximenes:
Prezado Sérgio,

De 05 anos para cá, a Tabajara tem acentuado o trabalho de padronização de seu toque de caixa. A frase é iniciada na rufada no contratempo entre os tempos 4 e 1 ( no " i e i ").

Realmente seria bom que outros jurados expusessem aqui suas opiniões para um melhor entendimento.

Como sugestão, todos os jurados deveriam comparecer aos ensaios das escolas, principalmente nos ensaios de bateria a fim de se familiarizarem com a realidade e identidade de cada trabalho. Cada bateria tem a sua característica, e isso deve ser respeitado. Já foi visto por aí uma penalização à bateria da Mangueira por a mesma não apresentar surdo de 2ª.

Em suma, agradeço pelo seu esclarecimento!

Maestro Sérgio Naidin:
Caro Vinicius,

Valeu pela dica sobre a Portela.
A frequencia ao ensaios de quadra nao é muito 'recomendada' pela Liga para nao criar algum tipo de vinculo que atrapalhe o julgamento (sabe-se la o que ja aconteceu no passado?) mas para os ensaios tecnicos nao tem problema.
Nao se julga questoes de identidade no que diz respeito se a bateria mudou ou nao determinada caracteristica, embora seja necessario conhece-las. O que importa sao os criterios da liga. por isso é que o jurado que tirou ponto da Mangueira julgou mal. Alias ele se referiu que tinha 'um naipe de surdos tocando em colcheias',(surdo mó) e nao de 2a, e que estes " quebravam a tradicionalidade da escola".
abraço




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